Muito obrigado pela colaboração!
Morte súbita durante
atividade física é sempre trágica e tem grande impacto na comunidade. O Comitê
Olímpico Internacional computou 1101 mortes súbitas em atletas com menos de 35
anos durante atividade esportiva entre 1966 e 2004, o que representa 29 eventos
por ano!! Em todos os casos foram detectadas cardiopatias pré-existentes:
genéticas, congênitas, inflamatórias ou degenerativas. A avaliação
cardiovascular pré-participação em atividades físicas é largamente difundida
com o objetivo de se identificar (ou pelo menos levantar a suspeita) de
anormalidades cardiovasculares ocultas, que podem progredir ou levar à morte
súbita.
A principal causa de morte
súbita em atletas jovens no mundo todo é a miocardiopatia hipertrófica – uma
doença genética onde o músculo cardíaco tem a espessura aumentada. Outras
causas cardíacas são as anomalias congênitas das coronárias, miocardite
(inflamação do músculo cardíaco), rotura da aorta, doenças da parte elétrica do
coração e doença aterosclerótica das coronárias. Esta ultima é a de maior
importância após os 40 anos e devemos lembrar que em cerca de 30% dos casos, o
infarto do miocárdio é a primeira manifestação da doença, o que torna
fundamental a avaliação pré-atividade física. Importante lembrar também que
existem causas não cardíacas de morte durante a prática de esportes, como a
asma brônquica, uso de drogas (como por exemplo, esteroides anabolizantes) e
aneurisma cerebral.
O risco de morte súbita
independe do nível da atividade física – se amador ou profissional, de modo que
para qualquer esporte há necessidade deste screening. Em algumas condições o
esporte competitivo pode ser vedado, mas o indivíduo pode ser liberado para atividade
física recreativa.
Nesta avaliação pré-atividade
física deve ser feita inicialmente uma consulta médica, onde é importante
relatar história de morte súbita ou de doenças cardíacas em familiares; e sintomas, que podem indicar alguma anormalidade
cardiovascular (como desmaios, cansaço desproporcional aos esforços e dor no
peito). No exame físico vai ser pesquisada presença de sopro cardíaco,
hipertensão arterial e outros sinais de anormalidades cardíacas. Após isto,
exames complementares podem ser solicitados. Nos jovens, os principais exames
são o eletrocardiograma e o ecocardiograma (ultrassom do coração). Já nos
maiores de 40 anos o principal exame a ser solicitado é o teste ergométrico,
uma vez que o principal objetivo nesta faixa etária é descartar doença
coronariana obstrutiva. Outros exames podem ser solicitados na dependência dos
achados da história e exame físico. A frequência com que esta avaliação vai ser
repetida vai depender da história familiar e dos achados dos exames iniciais.
Bom dia!!!Antes dos 40 anos, um avaliador fisico nao pode fazer o teste ergometrico e liberar o individuo, ha necessidade de ser um medico?
ResponderExcluirOlá! Há necessidade de um médico, pois o avaliador físico somente saberá identificar dentro dos protocolos quais seu limiares (aeróbio e anaeróbio), ou seja, quais serão as melhores FC para o treinamento, mas o médico especialista em eletrocardiogramas sabem identificar nos padrões das linhas se há alguma disfunção que o impeça de treinar! Espero ter esclarecido sua dúvida!
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